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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Eu não sei que fazer. Simplesmente minhas ideias e ideais se desfizeram. O meu coração em mil pedacinhos está, sem remédio e sem futuro. Queria ter asas para ser livre, mas até a liberdade é condicionada de qualquer forma. Vive. Diverte.te. Saca da vida o que és antes que esta passe e nada por ti faça. Sabes o que é procurar segurança e tentar saber quem és noutra pessoa? Eu não tenho personalidad
e constante, pois eu mudo, mudo para me adaptar a este mundo demente e imundo. A linha foi pisada tanta vez, mas nunca a tinha passado... era pânico, medo. Se não entendes não leias, se lês, não julgues. Como e porquê julgar outrem? Estou afogado na escuridão da rua cheia de luz. Sem sentido? Para mim tão possível como sentir-me sozinho numa multidão.
A gente tende a criticar e ser a egoísta, se aproveita de ti e te acaba deixando com um buraco no peito onde caberia o punho. Mas eu sou assim, fujo querendo ficar, nego querendo afirmar e corro querendo que venhas atrás. Sou masoquista, porque sempre caio por querer, mesmo sabendo o que sei. Agora, quem sou eu...
Acredito na bondade dos estranhos. Estou em contacto com todas as minhas maradas e obscuras fantasias, mas sou eu.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012


Quero acordar. Estou no escuro, seguindo minha cabeça. Ela me guiou para aqui. Não enxergo coisa alguma. Quem me dera saber o que sei hoje. Ergo a cabeça. Algo crescendo do nada me diz para seguir o coração. Nada perdendo sigo. Embora a cabeça diga não, o coração diz sim e decido acabar a história. Vejo luz e sinto doçura. Como algo transcendente, essa luz torna-se um mundo. Um mundo diferente, colorido e positivo. A minha procura terminou. A era da escuridão também. Contente por seguir o meu ritmo do meu peito, regozijo no meu ser ao notar que és tu que por mim espera na grande entrada. Acordei. 

Amor. Encontra-me, toma-me e torna-me humano. Sei que me disseste para ser paciente, mas esta agoniante espera mata-me. Estou segurando os bilhetes de cinema, à porta deste, sozinho aguardando a tua tardia chegada. Tenho sido mau, tenho sido tolo, mas todos te amam, todos te têm e todos te conhecem, eu não. Não choro, apenas sinto enormemente a falta de algo que nunca tive.
Viajo e exploro lugares e, inevitavelmente, conheço pessoas. Ao som de Lindsey Stirling faço dançar o lápis pela pálida folha. Escrevo o teu nome sem ainda te conhecer, desenho-te sem ainda te ver e um pouco mais e direi que te cheiro. Onde andas tu? Corro mundo sem te achar. És a única peça deste mundo que me liga a ele. O comboio pára. Entra gente. Mas onde estas tu?
Esta noite estás por minha conta. Bebendo, não penso. Elevo-me alto. Põe o teu amor em mim e faz-me sentir o teu capitão esta noite. A festa fica louca, escurece e o rock aumenta. Não tires as tuas mãos de mim, nem separes os teus lábios dos meus. Esta noite sou o teu capitão. Amor, põe o teu amor em mim e faz-me teu…

Quente é o teu amor, esse que tanto me atormenta pela sua ausência. Deixo tudo para trás e corro atrás desse elixir único que me deixa louco. Quero sentir isso, sonhar-te e beijar-te, ter o teu coração e saber que na manhã seguinte estarás a meu lado. A saudade é o meu combustível para a minha corrida desenfreada. Quente é o teu amor, frio o meu coração, nesta vida de lutas, junta-te e dá-me a tua mão. 

sábado, 7 de julho de 2012

Leva-me contigo

As minhas lágrimas não param de correr, como gotas de chuva que escorre pelo vidro da janela. O arrependimento é algo seguro pela certeza dos meus actos. A tua foto na parede lembra-me que tudo tem remédio. Estou faltando às aulas novamente, mas nada disso importa. Um velho violino toca delicada e suavemente no meu ouvido. Estou só na ausência de luz esperando de novo o teu conforto. Não tenho nada, estou sem roupa, sem armas, sem sentimentos ou emoções sequer. Apenas vazio. Caminho sem alma, de um lado para o outro, louco sabendo que não regressarás. Se o passado é o problema, o futuro resolve-lo-á, contudo choro para que contigo me leves...

Esperando no café

Aqui sentado na mesa do canto, observando o café desértico, com a empregada atrás do balcão claramente transpirando tédio por todos os poros, eu esperava-a e, embora tenha chegado cedo, parece que a companhia tarda uma eternidade a chegar...

Cabeças esculpidas

Sempre havia alguém de valente ou muito parvo que o quisesse desafiar, contudo, todos sem excepção acabavam com seus crânios esculpidos nas paredes da sala de trono do imenso castelo negro.
Não precisas de uma chave em diamante para destrancar o meu coração. Sinceridade e amor bastam.

quarta-feira, 23 de maio de 2012


Já não era a primeira vez, nem a segunda, muito menos a terceira. Sempre se sentia assim quando algo corria mal. Aflito, constrangido e preocupado, mas que por medo não revelava nada. Esperava que tudo passasse milagrosamente ou se concertasse sem qualquer necessidade de receio. Contudo, havia sempre aquela odiada altura em que teria de abrir a boca e confessar, muito embora algumas vezes nem culpa tivesse. Enfim, uma tortura que o atormentava, na realidade a sua vida resumia-se a um Cabo africano, e tudo isso por três razões: tinha medo, era diferente e não tinha posses. Bastava que a última fosse ao contrário para que tudo o resto fosse melhor, pois poderia ser independente. Com a primeira já seria suficiente para alguns constrangimentos e poucas aflições. Porém, no meio não estava a virtude, pois ainda que fosse normal (segundo o que a sociedade designa como tal), isso não seria solução para os seus issues.
Não era crente, não era politizado, muito menos comprometido. Perto das pessoas certas era divertido, sincero e adorado; exactamente o contrário quando perto das pessoas com quem partilhava a sua vida. Um autentico inferno.
Opressão, insultos e um terrível ambiente de mau estar permanente faziam dele, de certa forma, a pessoa que era. Um indivíduo revoltado, com ideias incompreendidas embora astutas, resumindo: fora do padrão social. Decidido e totalmente único. A culpa nem derivava dele, segundo os livros de psicologia que lera nas aulas do 12º ano, ele era somente o reflexo do entorno em que vivia e da educação que tivera. É natural, eu concordo conhecendo a sua história. O que queria ele da vida?
Tranquilidade, independência e ocupação. Podia ser péssimo em certas coisas, mau noutras e razoáveis em escassas, mas havia algo em que ele era realmente bom, excelente, e era na arte. A desenhar era um autentico mestre, foi ele quem me ensinou tudo o que sei a respeito disso. Só lhe tenho a agradecer.
                O seu futuro estava comprometido com o seu entorno, capado, limitado e decidido por outros. Com a sua queda artística não iria sobreviver e, depois de mais uma noite de discussão familiar, ele tomou uma decisão. Uma big one. Daquelas que mudam radicalmente a vida de uma pessoa. Durante a madrugada, com uma mala feita e bem apertada, esgueirou-se pela janela do seu quarto, bem silencioso como um rato, tão nervoso como receoso. Ser apanhado era uma máxima a evitar, caso contrário seria morto… provavelmente. Sorrindo níveamente, correu com a mala nos braços de mansinho até se afastar o suficiente da casa para empreender um ritmo acelerado. Tudo aquilo era errado, confuso e espantosamente sonhador. Mas para ele era o caminho para a liberdade, a verdadeira glória que o esperava pacientemente. Este novo mundo que estava prestes a emergir era-lhe medonho, mas a sua vontade titã de vencer, por uma vez, em parte embriagado pela subida repentina de adrenalina, era o seu combustível. Com o bilhete de autocarro na mão, aguardou o transporte sob um dos focos acessos da estação deserta. As sombras lutavam entre si para crescerem à luz pálida.
                O rosto do rapaz, oculto pela penumbra do capuz da sua camisola, era enigmática, nada transparecia. Pensativo, ou talvez apenas sóbrio, permanecia imóvel. Provavelmente, na manhã próxima, dariam por sua falta, e com ausência de nota ou carta explicativa, naturalmente pensariam tratar-se de um passeio matinal. Ele assim preferia. Fazê-los meditar nos seus actos, nas atitudes que tiveram para com ele, as palavras e a falta do mais importante numa família. Confiava em conseguir levar o seu plano a cabo até à fronteira, daí traçaria o seu rumo e, desse mesmo ponto geográfico, já não haveria regresso possível. Tinha sonhos, vontades e curiosidade, algum dinheiro e idade para tal. E disso se tratava, explorar um mundo inteiro, um planeta repleto de coisas certamente maravilhosas, seguramente apaixonantes, pessoas embriagantes das quais aprender e nunca fartar, entender a essência das culturas, um tão vasto campo de possibilidades que até eu perco facilmente a conta.
                O autocarro surgiu de súbito, trazendo a consciência e total atenção do rapaz de volta à realidade. Num brusco solavanco, parou e as portas abriram.
Ainda naquele impasse, deixar o passado atrás e caminhar frente a um futuro claro e desconhecido, ou deixar o passado ser e decidir o futuro incerto, as pessoas que desciam não reparavam no espectro de alma e, agitadas, resolviam their lives. Num curto espaço de tempo, o autocarro esvaziou por completo. Aparentemente, e até ao momento, ele era o único que iria subir àquele veículo pesado. O frio apertava o desconforto aumentava e quando um novo motorista assumiu o volante, todas as condicionantes o obrigaram a decidir-se em fracções de segundo. Escolhendo o último banco, confortável e quentinho, admirou um corredor interminável de lugares despovoados. Como explicar?
Estava eu a acabar de atravessar a entrada quando as portas automáticas se iam fechando. Por um pêlo!
Curioso e desconfiado, sentei-me num dos bancos do meio. Não era difícil notar no único passageiro do fundo. Sentei-me e a viajem iniciou. Para nossa sorte o interior era reconfortante. Contudo, o rapaz do fundo intrigava-me. Tinha o capuz posto e luzia um olhar louco de ausência. Faltava-me a coragem para o interpelar, por isso, cada pergunta, cada possível diálogo era imediatamente esquecido.
Para minha grande surpresa, o misterioso rapaz veio ter comigo. Não dei por ele, talvez tenha adormecido uns minutos, ou talvez…
Perguntou-me para onde eu ia: algures do outro lado.
E, empatia ou não, conectámos. Falámos horas, partilhámos pensamentos, ideologias e experiências. A sua vida para um aspirante produtor de cinema teria boa receptividade. Modos de vida distintos, conceitos simples como liberdade negados, um conjunto deveras interessante de admirar. A fronteira estava ao alcance do nada, iríamos sair na paragem seguinte e, ambos empreenderíamos uma grande adventure cheia disso mesmo. Confirmo, é algo de que não me irei arrepender jamais e que, mais tarde, terei muito gosto em contar detalhadamente.
                Decidi acompanhá-lo. Que tinha a perder? Antes pelo contrário! A manhã já alta e soleada, trazia consigo essa sensação que o rapaz procurava e parecia não ter suficiente. Eu contemplava-o, deste ponto, a perspectiva, a luz e a pose eram perfeitas para a polaróide actuar. Acho que nunca tinha conhecido alguém com asas tão grandes, com tanta sede daquilo. O seu riso contagiava-me e eu ria sem saber. O seu cabelo desalinhado e curto, agora a descoberto, açoitado pela brisa morna, transmitia uma sensação de suavidade imensa. Os olhos claros avelãs, absorviam tudo quanto viam. Sinto-me lisonjeado e lucky por estar com alguém tão cheio de vida, agora liberta por fim. Não tardou a que nos hospedássemos numa pensão e, a meias era o ideal. As semanas seguintes foram estupendas. Percorremos o país, até passar três ou quatro fronteiras, e nada detinha a vontade do rapaz sedento. Barcelona, Londres, Paris, eram só alguns lugares por onde pisámos. Todo e qualquer tempo que estivera com ele, nada me tinha dado uma pista sequer do seu segredo, o porquê de ser diferente. O seu ritmo era frenético!
Sem notícias de casa, obvias razões, o seu talento estendia-se pela Europa fora. Perdi-o em Itália. Creio que, apesar de best friends, tivemos de tomar rumos diferentes, presumo. Ele seguia o mundo e o mundo parecia sorrir-lhe. Sempre, de alguma forma que me escapa, conseguia sobreviver passasse por onde o vento o levasse. Deveras admirável. Ia vendendo o seu talento e vivendo a sua vidinha. Por fim, algo do qual pudesse orgulhar-se e pudesse afirmar que foi ele. Não obrigado. E não falo do gosto! Creio que, por mais tentadora que toda essa idílica viagem aparentasse e fosse, eu não seria capaz. É necessário ter duas doses de ingenuidade e uma de coragem. Ou talvez sorte, ou talvez sorte derivada disso… não sei.
Ao que parece, os artistas autênticos têm o destino traçado, algo que, sem excepção, é comum entre todos.
                Uns anos mais tarde, recebi uma inesperada carta. Adornada com vários selos, desejei não a ter aberto. Aquele pedaço de papel impresso à mão, dobrado, desgarrava-me o coração. Era dele. Nela, escrita lia qual fora a sua diferença, a que nunca soube. Embora a vida lhe fosse dando asas, e tivesse feito o que quis sem ninguém a comandá-lo, criticá-lo ou apavorar, não tinha um dos ingredientes mais importantes de uma vida humana. Uma vida daquelas, tão invejada por mim…
Sinto lástima de mim por não ter reparado o quanto ele me amava. Agora que não havia remédio, qualquer volta atrás, pois no PS outro alguém escrevera que o meu rapaz tinha jump down de uma ponte de Roma. Grécia…
                Consigo adivinhar os motivos, o sofrimento, tudo até ao arrepio gelado percorrendo a minha espinha. Agora, não podendo evitar, culpo-me pela cegueira de outrora. A sua fotografia tirada da antiga polaróide, foi-me ter às mãos trémulas, depois de remexer um caixote de título “viagem inesquecível”. A saudade invade-me, a culpa cresce e a tristeza se alimenta da ausência do rapaz. Actualmente, olho para o mundo de forma diferente, sei desenhar e tudo isso o devo a ele. Por isso, cada vez que miro o azul céu, choro. Noah, o rapaz sonhador…

terça-feira, 15 de maio de 2012

O céu está negro como os confins da minha alma, troveja como nunca e chove torrencialmente. Tudo no meu quarto está abandonado e sem vida, sombrio e húmido como o cenário assombrado de um teatro. Estou perdido na completa escuridão do meu aposento e estou apavorado.
Até que tu apareces, no meu pensamento, para salvares-me de mim mesmo como sempre fazes quando estamos os dois. Os teus olhos inundados de vida, matam-me a saudade que sinto da tua presença. O teu desalinhado cabelo leva-me para um mar de suavidade imenso. Sou capaz de sentir o teu toque quente, pele com pele sugas-me a energia, e o teu doce aroma obrigam-me a perder o medo e a noção de tempo e espaço por completo.
Só contigo me sinto tranquilo e seguro, és o meu refúgio, o meu inviolável "lugar".
O negro do céu transforma-se em azul calmo, os trovões viram estrelas cadentes e, agora a chuva não é mais que uma mística música que te guia até mim.
Só tu tens a cura para o meu vício da saudade que sinto.
Só tu tens o dom de me tranquilizar.
Só tu tens o que preciso para viver.
Só tu me fazes realmente feliz.
Contigo, a vida é uma festa de ecstasy onde nada se te pode comparar. Podes não ser um deus, mas aos meus olhos sedentos de te ver, és o ser mais perfeito que existe. A cada hora que passa o meu amor por ti cresce um quilómetro. Se pudesse pedir um desejo, seria o de ter-te aqui comigo e agora. Mas não estás... e desejo desesperadamente que o estejas. Estou a afundar-me em desespero, a esperança começa a desvanecer e o meu medo aumenta. O meu tempo esgota-se, as minhas forças enfraquecem e os sentidos entorpecem-se. Só na tua boca encontro o doce veneno que me é vital. Estou incondicional e irreversivelmente apaixonado por ti.
Viciado em ti...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Gritas, mas eu não oiço uma palavra.
Deitas-me a baixo, tentas destruir-me, desprezas-me e vangloriaste na falsa ilusão de superioridade, quando na verdade eu regozijo no riso e bem-estar.
As aparências enganam. Por pior que me trates, me massacres e te sirvas da minha desgraça para tua promoção, um dia cairás e eu estarei presente, admirando a enorme torre de ar e vento que construíste com a aparência de tijolo e betão. Serei eu então, que te confessará que sempre estive no cimo observando-te, vendo como subias e subias enormes quantidades de nadas.
Contudo, estender-te-ei a mão para te erguer, porque no fundo sou e sei que sou melhor pessoa que tu.

sábado, 24 de março de 2012

A morte de Whitney Houston voltou a confrontar-nos com uma eterna perplexidade: tinha tudo e, no entanto, não tinha. Apesar de ter sido a banda sonora de muitos durante 20 anos, embora os numerosos triunfos, faltou-lhe força e alma suficientes para aguentar uma ribalta tão exigente. O triunfo conjuga-se, não raras vezes, com um certo vazio. Um vazio que permanece...

quarta-feira, 21 de março de 2012

sábado, 17 de março de 2012

Terceto

Sempre pensei que amor era o contrário a dor...
Como estava enganado!
Amar é sofrer, mesmo sem querer, na ilusão viver e no desengano morrer...

sexta-feira, 9 de março de 2012

Um tempo.

Um tempo.
Uma distância.
Duas pessoas.
"Aprender a não fiar-me das pessoas, não esperar nada delas, pois se elas percebem o contrário farão de ti o que quiserem."
Confiança.
Deveria ter sido inteligente o suficiente para aprender com os erros dos outros, mas fui demasiado parvo. Quando por fim cedo, quem sempre sai magoado sou eu. Custa tanto, tanto, tanto amar alguém que te pediu um tempo e fingires que tudo está bem com um sorriso inventado, quando na verdade o teu mundo acabou de ruir...
Obcecado? Apenas tentava estar lá, compensar a falta do toque, do beijo, do contacto físico.
O meu bilhete de fuga? Se assim fosse teria ido logo para bem longe e não esperar 3 meses, pois até então a validade passou.
Já sei que posso ser muito intenso em algumas coisas, mas todos temos os nossos defeitos, não? Bastava dizer para abrandar a carruagem, não esperar que chocasse para depois avisar que ia bater.
Sou um tonto. Não tenho coração, tenho um buraco onde cabe o meu punho, não estou frio nem mau, estou somente destroçado. Como recuperas depois da pessoa da tua vida te dizer "dá-me um tempo"?
Amor.
Ilusão.
Sim, o amor é uma ilusão. Um conceito comercial vendido a toda a gente... enquanto dura estás no paraíso, não existem defeitos ou crises económicas, fome no mundo nem tão pouco problemas de qualquer tipo. A verdade vem quando termina. É quando essa sólida ilusão termina que percebes que tens estado a bater com a cabeça na parede vezes e vezes sem conta. Pergunto: como é que meio mundo está iludido e outro meio está degenerado? Estaria Ricardo Reis (Fernando Pessoa) certo? Nada amar para nada sentir?
Confesso que agora mesmo me viria bem essa filosofia aplicada, mas então não seria viver, pois não? Segundo Tchekhov, viver é saber sofrer, carregar a própria cruz e ter fé.
Eu estou demasiado marcado para tal. A minha cruz é de pedra e a minha fé... não tenho. Sei que as pessoas vêem e vão, mas os sentimentos perduram. Se tinhas dúvidas é nestes momentos que vez o quão importante é essa pessoa para ti, e também te apercebes do quanto ingénuo foste. Caminho sobre vidro partido... e espero...
espero...
...espero para entrar de novo nessa doce farsa masoquista ou enfrentar a crua e dura realidade, à mercê de alguém que tomava conta do meu coração.

segunda-feira, 5 de março de 2012

sábado, 3 de março de 2012

Little story

This is about a boy who just can't find hid own "me".
I tried and i tried but he just won't see,
The great person inside, yeah, his own "me".
So what should i do
oh, i don't know
Maybe let him be.
Time will go by
And he will see, i hope,
His own "me".

Erguer a cabeça

Hoje, quando me ergui de manhã, decidi levantar a cabeça e dizer “está tudo bem”. Se alguém me perguntasse como eu estou, eu responderia com um sorriso “sim, tudo bem”. Mas apercebi-me de que quando te perguntam isso, essas pessoas realmente não querem saber. É apenas um modo elegante de simpatia e falsidade, visto que não é sincero.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Uma noite louca

Já no quarto do Hotel, número 142, Miranda pendurou o casaco bege no bengaleiro atrás da porta, fechou-a, e acendeu um cigarro. Pousou o maço na pequena mesa de madeira escura junto ao canapé persa cinzento e serviu-se de uma cerveja do mini-bar. Sentou-se confortavelmente no canapé bebendo da garrafa, após de se ter descalçado. O tapete shaggy azul escuro que cobria grande parte da sala, permitia-lhe andar descalça causando nos seus delicados pés nus ligeiras cócegas. Via a televisão, no canal da CNN, o seu preferido.
Hora e meia mais tarde, um toque polifónico estridente silvou. Foi o telefone em cima da mesa de madeira escura, ao lado do maço de tabaco. Naturalmente, atendeu-o:
-Um senhor Zummer diz conhecê-la, mas…
-Marcus Zummer? -atalhou ela.
-Esse mesmo, senhora.
-Mande-o subir.
Logo após cinco minutos, ao fundo do corredor, soou a campainha do elevador e Marcus saiu dele caminhando até à porta entreaberta número 142. Ele não aguardou e entrou logo fechando a porta atrás de si. O fumo do cigarro já apagado, ainda se sentia um pouco.
Miranda estava do outro lado da sala encostada ao umbral da porta, ao lado da grande janela de cortinas azuis escuras como o tapete que sobressaiam os tons brancos e beges da sala. Ela passeou até ele de forma bastante sensual, despenteada e vestida apenas com o robe de seda vermelho com o símbolo do Hotel no peito esquerdo, meio aberto. Claramente se via que não trazia roupa interior.
Num doce beijo, Miranda sorriu de saudade e Marcus abriu-lhe mais o decote até estarem os seios quase de fora. Ela riu, pois sabia no que ele pensava.
-Meredith continua assim tão cega?
-Jantarada com os colegas de trabalho, sabes como é… -respondeu. Marcus encostou-a à parede de forma violenta segurando-a pelos ombros e roubando-lhe um beijo, dando meia volta e arrastando-a até embater na mesa de madeira escura. A garrafa de cerveja tombou e rolou para debaixo do canapé. Num empurrão delicado, ela afastou Marcus que lhe beijava o pescoço e foi servir-lhe um whisky do mini-bar com dois cubos de gelo saídos directamente do congelador. Ele, num olhar vadio bebeu-o sentindo o líquido alaranjado correr-lhe pela garganta, apreciando o bafo seco do ar condicionado por cima dele.
Somente restaram os cubos quase derretidos no copo vazio que Marcus pousou na mesa do telefone. Agarrou em Miranda e começou novamente a dar-lhe beijos, a qual se encontrava de costas para ele olhando pela janela. Fechou os olhos e deixou levar-se pelo desejo sexual que consumia a ambos.
-Escuta-me… -pediu tentando libertar a sua boca da dele -e se o fizéssemos no meu carro?
-A 120 quilómetros por hora deve ser do melhor… -acrescentou ele que a largou de seguida para que ela se preparasse.
Descendo pelo elevador, Miranda ajeitava o cabelo despenteado que lhe dava um certo estilo, em frente ao espelho iluminado. Através dele pôde notar como Marcus a apreciava. A típica análise rápida de um homem interessado numa mulher, mas interessado de uma só maneira!

Um final

O que o levara a ter aquela vida? O que o motivara? O que falhara?
Talvez fosse por culpa dos sentimentos reprimidos, ou da sua infância renegada. Estava prestes a morrer e, sim, era nisso em que estava a pensar. Tudo se ia desvanecendo em tons escuros com sons indecifráveis aos seus ouvidos  à mistura. Tudo se ia perdendo…

Numa aldeia rural isolada, de dia mergulhada na calma e tranquilidade e de noite, submersa na mais profunda negrura e temor, cercada por uma floresta encantada, existia uma lenda.
Esta pequena aldeia tinha uma particularidade, no interior das casas havia pelo menos cinco ou seis espelhos, de qualquer tamanho, e de noite era posto um à porta do lado exterior de cada casa. Quem por ali passasse e não soubesse o nome da aldeia, tomá-la-ia por uma guarida de bruxas ou demónios. Apesar de tudo não o era.
            As pessoas que ali viviam eram honradas, vulgares, viviam do seu trabalho, e nunca saiam dali.
Dizia-se que por ali habitava um lobisomem que aterrorizava os aldeões e a própria aldeia durante a noite, destruindo tudo à procura de alimento e uivando como louco. A história dos espelhos entra agora. Se o lobisomem visse o seu reflexo no espelho, o lobo que levava dentro ficaria preso dentro desse espelho e o homem ficaria livre. Para acabar com a maldição de uma vez, seria necessário partir o espelho sem olhar para ele, para não correr o risco do lobo escapar. Daí os espelhos serem um repelente poderosíssimo contra ele. O lobisomem não ousava aproximar-se das casas e, muito menos entrar nelas. Alguns aldeões, antes do anoitecer, hora da recolhida, punham um cordeiro ou uma cabra presa perto do poço da praça para matar a fome do lobisomem e assim não forçar as suas casas, apesar de não poder. Se tu procuras uma noite bem dormida, este não é o local para ti. Sempre que se ouvia o seu horripilante uivar, as pessoas tremiam e gelavam, ficando paralisadas de pavor não ousando mexer-se sequer.
            Até que um dia, a curiosidade aliada à ingenuidade de um pequeno jovem de sete anos, tudo mudou. O pequeno, ao escutar os primeiros uivos mancharem a noite com sangue de cordeiro, esgueirou-se pela janela bem vedada e protegida, com um espelho na mão meio escondido atrás das costas, sem que nada nem ninguém soubesse.
Escapuliu-se em silêncio, como quem segue outro alguém em segredo. Espreitando pela esquina de uma casa, avistou a terrível e monstruosa besta saciar a sua fome. Então, os pés do rapazinho ficaram-lhe colados à terra, não podia movê-los mesmo tentando com toda a força. Num piscar de olhos, o lobisomem saltou do poço de pedra velha do meio do largo e, numa única aterragem perfeita, parou de pé numa figura custosa em frente ao miúdo que caiu de costas quebrando o espelho.
Não conseguia falar, respirar e muito menos mover-se. Isso facilitava a tarefa do lobisomem, cortar a carne tenra e macia de uma criancinha com os seus dentes que mais pareciam lâminas de facas bem afiadas, imaginando o sangue inocente e quente escorrer-lhe pelo queixo. Que delícia! Não podia haver manjar melhor que aquele.
            O monstro ergueu o braço para dar o golpe fatal observando a sua vítima bem nos olhos, mas algo o deteve. Baixou lentamente o braço e a cabeça ficando cabisbaixo, como que desanimado. O pêlo desapareceu, os olhos avermelhados, raiados de sangue e raiva fiaram castanhos, o focinho deu origem a uma cara de um homem novo e, por fim, a boca que outrora estivera cheia de dentes afiados e desalinhados, era agora uma boca normal de homem com dentes alinhados e absolutamente normais.
-Agora é a tua maldição… -disse o homem tanto contente como aliviado, correndo nu para a floresta encantada. O rapazinho ainda não se tinha em si. Os seus olhos, bem abertos pelo medo, reflectiram a imagem do lobo que agora ele levava dentro.
Regressou a casa pouco depois, mudado para sempre.
A partir dessa noite em diante, o jovem cumpria com o seu destino, a sua maldição, afastando-se dos espelhos como os vampiros se afastam de crucifixos ou igrejas.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

???

Estou à beira de um precipício emocional. Não sei porque isso me afecta tanto. Onde está a pessoa fria, sombria e que era um autêntico puzzle para o mundo? Perdeu-se algures entre as sombras das altas árvores do pinhal...
Não me reconheço. Estou sensível, emocionado, magoado, triste. Tanta coisa que me passava simplesmente ao lado, coisas banais agora me torturam. Na minha mente oiço as frias correntes arrastarem lentamente no solo chamando por mim...
Por mais que diga "está tudo bem" e sorria, sei que é mentira, ainda assim insisto em acreditar. Na clara e radiante mentira do dia me oculto. No gelo e solidão da noite me revelo. Tenho perguntas que fazer, respostas que conhecer, mas a minha boca engole a minha língua, e obriga-me a pensar duas vezes, três, quatro...e acabo por me calar.
Os meus pés tomam vida própria e caminham lentos e sonolentos em direcção à porta da entrada aberta para um mundo escuro, medonho, o meu mundo. Está tudo bem. Estou bem.
Não, não estou e cada vez me convenço mais disso. Estarei louco?
Por vezes as pessoas desaparecem, têm traumas, apanham sustos, mudam. Eu não. Começo a pensar que serei um louco reprimido e que temo que um dia acorde num quarto desses almofadados com camisa de forças. Agora mesmo imagino, vejo e regozijo com tal cena. Alguém entende o que escrevo? Alguém me conhece? Alguém faz ideia do que sou?
Parece-me que apenas sou uma peça solta de um quebra-cabeças titã. Um grão de areia numa praia deserta. Mas que raio!

Poisoned with love

Poisoned with love

This is not fair, I am beyond repair cause of you
yo-o-ou, you, yo-o-ou
Can't find my head, so I've fallen instead over you
yo-o-ou, you, yo-o-ou

In my sleep, I get more than you need, yes i do
do-o-o, i do, do-o-o
Frightened you'll creep so i cry in my sleep, yes i do
do-o-o, i do

Oh i i i'm poisoned with love, love
But i i i can't get enough, enough,
So i keep walking on broken glass for you, yo-o-ou
I'll keep walking on broken glass for you, yo-o-ou

This is not fair. but i've lost every care, i want you
yo-o-ou, you, yo-o-ou
I wear these tears and pretend they're not there just for you
yo-o-o, you, yo-o-ou


Oh i i i'm poisoned with love, love
But i i i can't get enough, enough,
So i keep walking on broken glass for you, yo-o-ou
I'll keep walking on broken glass for you, yo-o-ou


Hurting myself, you say that i need help, and i do
do-o-o, i do, do-o-o
under your spell, if you look you can tell i love you
yo-o-ou, i do

Neon Hitch

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Aquele rosto mostra seriedade. com o desafio de seguir a ilusão da vida e não desistir...

Dedicado a Kris

Tudo o que dizes é certo, mas será assim?
Não deverias ficar feliz por ele?
Proteger uma pessoa, especial ou não, é sempre uma tarefa nobre e difícil... que nem sempre é expresso da melhor maneira. Contudo, reconhecê-lo é o mais sábio e sensato a fazer. Magoar uma pessoa, por vezes é sinónimo de que a queremos verdadeiramente, fazemos estupidezes e coisas parvas ou duras para que cresça e aprenda...
Ignorar é um acto que apenas fracos fazem, tu não ignoras. Todos, numa situação ou noutra, somos incoerentes, infantis e irresponsáveis. E fazeres o contrário, não significa que sejas insegura ou fraca.

Romantismo

Os românticos são melancólicos, procuram uma evasão no tempo e espaço. Vivem noutra realidade, realidade essa perfeita e pensam não pertencer a este mundo porque não se identificam com nada dele. (Super verdade!)
Orientam-se pela emoção e sentimentos, ignorando a razão. Sentem-se sós, são incompreendidos, individualistas e empenham-se para eles próprios. Têm uma maneira bastante peculiar de fazer e pensar as coisas. Gostam do entardecer. A natureza para um romântico é chuvosa e triste, cinzenta e amarga, trazendo lembranças consigo. São noctívagos, adoram a noite e são solitários. Tudo o que procuram é o impossível, o ideal perfeito. Procuram-se eles mesmos na boémia, melancólica noite.
O lugar ideal para um romântico é o exótico, paradisíaco, onde tudo é perfeito, o seu inviolável lugar, onde a beleza nostálgica os atrai. A imagem romântica é idealista, impossível e simples, em espaços amplos. Têm imaginação muito fértil e vasta. Gostam de bons mistérios e "contos de fadas". A arte e escrita deles é acessível a todos. Defendem uma cultura descomplicada, voltando-se bastante para o povo.
Bem, isto sou eu.... !

Cemitério frio

De repente o ar arrefeceu e tudo se subjugou à tirania do frio. Uma figura mórbida, sinistra, caminhava lívida pelo relvado gelado do cemitério sombrio, húmido e repleto de cadáveres ocultos, e abandonado, respirando um ar impregnado a morte e a neblina. Nessa sombria madrugada, essa figura, de cabelo ruivo revolto e luzindo um olhar de loucura verde, sucumbiu à dor e, dando um passo em frente, deixou cair-se até se afogar em mágoa e desespero...

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Atravessar ou não atravessar?

Uma ponte de madeira antiga que se estende para lá do meu campo de visão directa a alguma coisa sem forma. Atravessar ou não atravessar? Eis a minha questão, porque do outro lado está o desconhecido que me suga como um buraco negro, mas o meu receio e a vontade de ficar no meu trono de agonia prendem-me os pés, paralisam-me o corpo e nada posso fazer senão, indeciso, permanecer imóvel e incrédulo...

domingo, 8 de janeiro de 2012

24 horas ao contrário

24 horas ao contrário
uma volta ao relógio inocente
não vou ficar no armário
vou imaginar ao fazer algo diferente.

Pensar, criar e fazer
algo irreal ou algo em que crer
um novo e moderno mundo
distinto deste e sem qualquer fungo.

Viver no inverso
no meu inviolável universo
em boas coisas submerso
tão simples como este verso.

Vejo o mundo de outra perspectiva
sou e crio de forma inteligente
faço com que uma simples folha viva
e ao futuro faço frente.

E se...

"Se soubesses que só há uma pessoa no mundo que pode fazer-te realmente feliz e é a indicada para ti, que sacrificarias para a encontrar? Quantos séculos estarias procurando? E se, finalmente a encontrasses, serias capaz de deixá-la ir? Não a abraçarias com todas as tuas forças e nunca, nunca, nunca a deixarias ir?"

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Obrigado

Todas as manhãs me levanto e por mais feliz que me sinta ou alegre que pareça, ou até mesmo que o seja, no fundo sou um nostálgico.
Sinto permanentemente um vazio no meu peito que tento preencher, mas é impossível. Ignoro-o, ainda assim persiste.
Às vezes sou tão frágil, embora noutras seja de autêntico aço.
Contemplo a lua e algo na obscuridade em que me encontro, me diz que estou fora do meu lugar e tempo. Sou um romantico de séculos passados. Habito num tempo equívoco e vivo uma vida que não me pertence. É demasiado para mim, ou talvez seja eu o demasiado.
A verdade é que não me identifico com nada deste mundo aborrecido, escandaloso e passivo. Admiro coisas, coisas nas que acredito até, coisas tontas que ainda assim me definem um pouco. Todas essas fantasias minhas me salvam da cruel realidade em que todos habitamos. Todos os dias procuro, penso e faço com que este tormentoso vazio diminua ou, simplesmente desapareça. Todavia, é como uma mancha de humidade que sempre regressa. Sinto-me melhor às escuras que com luz, odeio gente.
Talvez esse vazio se explique de forma racional, talvez não. Talvez seja da minha total desmotivação e desinteresse por tudo. Talvez eu somente queira mais, mais de algo que não tenho, ou se calhar até tenho...
Ser diferente transformar-me-ia. Seria distinto, seria optimista, mas... não seria eu.
Procuro o desconhecido, a "coisa" que me diga quem sou realmente. Agora que reflexiono, talvez me decepcione.
Porém tudo o que escrevi deixou de ter qualquer sentido. Termino. É passado. Sabes porque? Porque te conheci e tudo mudou. E, melhor ainda, disseste-me sem saber quem eu sou...